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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

NaturePunk

A cultura punk surgida nos anos 80, faz parte de um movimento da juventude urbana de emancipação do sistema capitalista; mesmo apoiando a individualidade. Essa comunidade, ao reclamar sua liberdade, passou a questionar de maneira mais agressiva as industrias que constitui o mundo ocidental. E a moda foi uma delas. Surge então uma nova abordagem da politica de DIY (Do It Yourself / Faça Você Mesmo), que conduzia os músicos a produzirem seus trabalhos sem pedirem a ajuda de grandes produtoras. Essa ideologia também atingiu a vestimenta daqueles jovens. E visto que as ruas passaram a influenciar nas passarelas de maneira mais incisiva, essa estética de roupa feita à mão tornou-se ainda mais popular. A estilista Vivienne Westwood foi uma das grandes difusoras desse pensamento. 

Essa peça (o "cropped") foi feita por mim em 2014, cheguei até posta-la aqui no blog. Eu desmontei uma calça jeans, fiz o molde da parte de cima de uma jardineira, corte e costurei. Me inspirei nessa foto, mas depois descobri que algumas pessoas já tinham feito o mesmo que eu. Contudo, mês passado eu resolvi fazer algumas mudanças nela. Deixei mais curta e mais destruída; punk. 

Assim como o Afropunk utiliza da agressividade da cultura punk em seus discursos visuais, acredito que a natureza também precisa desse posicionamento. O NaturePunk seria um movimento que se apropriaria dessa agressividade, e lutaria pela valorização da natureza; pela preservação do meio-ambiente. Por uma religação entre o homem e o cosmo, onde entenderíamos que todos nós estamos conectados de alguma forma. Basicamente o que os hippies fazem, entretanto, no neste caso não existiria pacificidades . 

ps: não sei se o NaturePunk existe. Ou se o movimento é chamado dessa forma. Criei esse termo de maneira despretensiosa. Talvez o movimento exista, porem com outro nome. 








domingo, 25 de outubro de 2015

costura + inverno 2016 + Scream Queens.

Fiz esse casaco para um amigo. Quando descobri que o tecido era branco torci o nariz, pois não gosto de me vestir com essa cor. Contudo, a medida em que eu ia experimentando a peça para fazer possíveis ajustes, fui me apaixonando por ela. E no final, não resistir e acabei tirando algumas fotos com ela. A resolução ficou ruim, mas é possível perceber que o casaco ficou lindo.
Scream Queens entra neste post como uma atual grande influencia visual. Eu ainda estou no segundo episódio da série, mas ja me considero apaixonado por ela. Adoro as pelúcias que as Chanel's usam, tecido que também esteve presente em diversas passarelas em 2015. Também gosto do conteúdo do seriado, que vem me fazendo refletir sobre diversos comportamentos que minha geração vem apresentando. Ele é super inteligente, porém quase ninguém percebe. É uma pena. 







quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Em que o Ronaldo Fraga conseguiu me/nos atingir?

Comentário sobre o desfile da coleção de inverno 2016, que aconteceu na Semana de Moda de São Paulo (SPFW), do estilista Ronaldo Fraga.

 As identidades transgêneras questionaram a todo momento o binarismo sexual que a moda ajudou a criar, contudo fomos ( e continuamos sendo) ignoradas e deslegitimadas  por instituições religiosas, estatais ou grupos que teoricamente não possuíam vínculo com nenhum desses ou outros poderes. Sempre apresentamos ao mundo uma nova forma de existir, entretanto foi apenas no final do século XX que nossa existência social começou a ser reclamada de maneira mais organizada; surge então o movimento LGBTT*. Atualmente, se a comunidade transgênera é chamada de radical por esta se colocando como protagosnistas do discurso sobre sua realidade, entende-se que ao menos a existência do seus membros está sendo reconhecida, mesmo que este ato tenha como único objetivo a apreensão (até mesmo das outras letras do movimento no qual está inserida) tal forma de vida. 

Agora, começo a ficar contente em ver que alguns profissionais da industria da moda estão permitindo-se serem atingidos pelos nossos discursos; refletindo suas desconstruções em suas criações, como aconteceu neste desfile. Ajudando a desconstruir o paradigma sexual-visual que ela contribuiu para ser instaurado. Ronaldo Fraga, ao propor uma troca de roupas entre modelos de gêneros diferentes, levanta ainda mais uma discussão nacional que ja está acontecendo a respeito do que os brasileiros entender ser a roupa. Quais ficções sociais que ela reforça em nosso cotidiano e que atingem verdadeiramente nossa realidade? 

Por que quando usamos uma peça que socialmente não pertence ao nosso gênero, somos agredidos em macro e micro potencia? Por que determinadas cores, texturas ou acessórios é associado a um tipo exato de extrutura corporal? E por fim: qual é o papel da moda no sistema de produção de corpos que possuem vidas? visto que, socialmente, nem todos a possuem.


As flores secas que foram usadas na parte da beleza do desfile ( que foi assinada pelo Marcos Costa), com a intensão de exemplificar as marcas que as paixões deixam em nós, mesmo depois delas chegarem ao fim, me fizeram olhar para o meu próprio corpo-mente afim de dectectar cicatrizes de ferimentos que foram provocados pelo simples fato de eu demonstrar ou assumir paixões por pessoas, objetos, saberes, arte e até a própria moda. Encontrei varias, e as reconheço também em meus semelhantes; sejam por parte da sexualidade, ou racial. 

A indumentária já passou da hora de ser mais uma vez ressignificada. Ronaldo, você fez um ótimo trabalho. Entretanto, precismos nos perguntar ainda mais sobre outras formas de vestir o corpo. 

Resenha e mais fotos do desfile:
http://ffw.com.br/desfiles/sao-paulo/inverno-2016-rtw/ronaldo-fraga/1542916/